Aprendemos tanto nessa vida e quanto mais os anos me vem mais eu me convenço de que nada sei.
Dos 16 aos 25 anos é a Idade da Imortalidade, tudo podemos, nada nos impede, tudo sabemos, temos razões e ideologias, queremos viver sem saber o por quê, queremos experimentar de tudo mesmo sabendo que fará mal no futuro, afinal o futuro está tão distante!
A Idade da Imortalidade é perigosamente divertida. E deliciosamente perigosa. Pular de uma ponte com uma corda elástica amarrada aos pés nem parece ser tão desafiador assim; beber até ficar completamente zonzo e cambalear falando besteiras nem é tão vergonhoso assim; apaixonar-se constantemente e depois enjôar nem é tão fútil assim; querer dormir e quando estiver acordado ficar com sono nem é sinal de preguiça, tudo pode, é tudo permitido na idade da imortalidade.
Dos 26 aos 35 anos passamos pela Idade da Razão. Nem tudo podemos, algumas coisas nos impedem, não sabemos tanto, temos razões mas não mais ideologias, vivemos sem saber o por quê durante alguns anos, agora é hora de tentar entender o lugar que ocupamos na sociedade e nos posicionarmos diante dela. Aventuras que nos coloquem em risco de morte? Nem pensar! O máximo da emoção poderia ser uma montanha russa daquelas bem altas, mas com todos os cintos de segurança nos prendendo, beber só socialmente, uma vez ou outra ficar bêbado mas de preferência sem testemunhas e não em local público. É a idade onde se procura uma companheira, para poder compartilhar nosso amor e construir uma família; é a idade em que juramos fidelidade eterna, dormir o suficiente para poder fazer o dia render, ficar com sono nem pensar, é a idade do consumo intenso de café. Nem tudo podemos, nem tudo é permitido na idade da razão.
Dos 36 aos 45 chegamos na Idade da Consciência, não podemos quase nada, tudo nos impede, sentimos que temos muito a aprender, temos razões, mas, ideologia? Nem pensar! Vivemos sabendo o que estamos fazendo e qual nossa função na sociedade, sabemos o que conseguimos conquistar e usufruimos disso. Sem mais aventuras que impliquem riscos desnecessários, melhor mesmo é um bom filme ou uma partida de baralho com os amigos. Beber somente uma cerveja com os amigos ou familiares no fim de semana em casa... O casamento não está muito bem, pensa-se no divórcio ou simplesmente uma aventura extra-conjugal para tentar reacender o fogo da paixão, sentir novamente a emoção do primeiro beijo já esquecido por anos de relacionamento monogâmico. É a idade em que ocorre o maior número de separações e divórcios no século XX. É a idade onde não se dorme muito por sentir que isso é perda de tempo quando se tem tanto a se fazer ainda; é a idade em que o café não exerce mais a função de reanimar e sim a de relembrar o estômago daquela velha gastrite, fruto de uma vida intensa, cansativa e desregrada da juventude. Quase nada podemos, quase nada nos é permitido na Idade da Consciência.
Dos 46 aos 55 anos é a Idade da Sabedoria. Nada podemos, nós mesmos nos impedimos, nos cerceamos. Tudo queremos aprender, sem mais razões nem ideologias. Sabemos exatamente qual nossa função na sociedade e descobrimos então nosso papel na família. Usufruimos do que construimos e conquistamos sem no entanto, parar de querer mais; sem mais arriscar a vida em aventuras sem sentido. Dominó, baralho, os filhos com os netos visitando aos fins de semana e preenchendo o vazio; é o máximo da emoção que conseguimos suportar. Beber uma cerveja aos fins de semana. O casamento se torna uma relação amigavel, amorosa e harmoniosa. Dorme-se cedo e acorda-se cedo, para que o dia seja mais produtivo e o corpo esteja mais descansado. Café já não é mais consumido como de costume, nessa idade o chá costuma ocupar o lugar da cafeina. Podemos pouco, nos permitimos pouco na Idade da Sabedoria.
Dos 56 aos 65 anos... Pense bem!! Se você chegou até aqui, parabéns! O que vier é LUCRO, vc se torna novamente IMORTAL!
Viver intensa e plenamente cada fase da vida! Essa com certeza é a maior proeza das fases.
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